quinta-feira, 24 de junho de 2010

Teoria: Definição

O que é Teoria?

No Blog de Paulo Freire, pretende-se apresentar uma das definições do conceito de teoria relacionando-a dialeticamente e dialogicamente com o conceito de práxis, uma vez que, tanto Freire, como Pistrak e Makarenko apresentaram suas teorias construindo seus fundamentos e pressupostos diretamente a partir de suas práxis educativa.

Teoria é uma coisa e Prática é outra?

Pesquisando a etimologia da palavra teoria, de acordo com Pereira:

Se você abre uma enciclopédia ou um dicionário de filosofia e procura o verbete teoria, certamente vai perceber (...) com relação ao seu significado original grego: os dicionaristas em sua maioria identificam este termo com contemplação, ato contemplativo, ou mesmo beatitude (PEREIRA, 1988a, p. 7).

Teoria e Práxis caminham juntas?

Entretanto, os problemas relacionados ao conceito ou definição de teoria não se limitam apenas à etimologia grega do termo, visto que, conforme o mesmo autor:

A questão não reside só nesta primeira identificação etimológica de teoria como contemplação ou atividade desinteressada. Boa parte dos autores até contrapõe teoria à prática. Se não como duas realidades excludentes entre si, pelo menos como tese e antítese de um mesmo processo (Idem, 1988a, p. 7-8).

Teoria e Ideologia

Pereira afirma que alguns autores atribuem ao significado do conceito de teoria, estabelecendo a vinculação direta com os conceitos de ideologia, apresentando-a como sendo um conjunto doutrinal bem elaborado, sistemático, seja de um pensamento, seja de uma ciência. (Idem, 1988a, p. 8).

O mesmo autor ressalta ainda que em todos esses significados não deixa de estar presente aquele sentido de contemplação abstrata (Idem, 1988a, p. 8). Nesta perspectiva, pondera que só a etimologia da palavra (...) teoria enquanto contemplação intelectiva ou abstrata, não nos abre espaço para que possamos compreendê-la além do âmbito da pura abstração (Idem, 1988a, p. 8).

Senso comum e Teoria

De acordo com Otaviano Pereira, autor do livro O que é Teoria, algumas frases mostram uma relação equivocada entre teoria e práxis cristalizada no senso comum:

“Na prática a teoria não acontece da forma como esperamos”
“Isto é muito teórico ... a vida é diferente ... a vida cotidiana é outra coisa ... não tem nada que ver com livros ou idéias”
“Este individuo é muito teórico, vive nas nuvens da abstração, não é um elemento prático, não pisa o chão, não fala das coisas concretas ... não vive o dia-a-dia ... não fala a linguagem do povo”. (PEREIRA, 1988a, p. 12)


Teoria: abordagens do pensamento clássico e moderno

Pereira salienta que a unidade teoria e prática não foi alcançada nem pelo pensamento clássico e tampouco pela ciência moderna e que, por essa razão, não devemos optar por nenhuma das duas abordagens, justificando por um lado que o pensamento clássico exagerou o lado da teoria ou conhecimento teórico da realidade como abstração e, de outro, a abordagem científico-experimental prendeu-se demais à experimentação do objeto concreto (Idem, 1988a, p. 65-66)

Teoria marxista da educação

De acordo com Tom Bottomore, autor do Dicionário do Pensamento Marxista, a teoria marxista da educação não está dissociada da práxis que a fundamenta, citando alguns dos teóricos da educação pesquisados e debatidos na disciplina de Teorias em Pedagogia, no 1º. Semestre de 2010, como Pistrak e Makarenko:

Os elementos de uma concepção marxista de educação começam a surgir da década de 1840, em muitas obras de Marx e Engels (O Capital, A ideologia alemã, Crítica ao Programa de Gotha e Princípios do comunismo, de Engels). Posteriormente, uma teoria mais coerente da educação foi gradualmente construída sobre esses fundamentos. Grande impulso lhe foi dado pela Revolução de Outubro e sua necessidade de uma práxis educacional marxista (Lênin, Krupskaia, Blonskii, Pistrak e Makarenko). Na verdade, a teoria da educação é, essencialmente, uma teoria da prática. Bebel, Jaurès, Klara Zetkin, Liebknecht, Gramsci, Langevin, Wallon e Seve foram algumas das principais figuras que para ela contribuíram. Hoje em dia, inúmeros pesquisadores dedicam-se ao seu desenvolvimento.(BOTTOMORE, 1988b, p. 122)

De acordo com o mesmo autor, os principais pressupostos da teoria marxista da educação são:

(1) Educação pública gratuita, compulsória e uniforme para todas as crianças, que assegure a abolição dos monopólios culturais ou do conhecimento e das formas privilegiadas de instrução. Em suas formulações originais, essa educação teria de ser realizada em instituições. (...)
(2) A combinação da educação com a produção material (ou, numa das formulações de Marx, a combinação de instrução, ginástica e trabalho produtivo). O objetivo implícito no caso não era um melhor preparo vocacional, nem a transmissão de uma ética do trabalho, mas a eliminação do hiato histórico entre trabalho manual e trabalho intelectual, entre concepção e execução, assegurando a todos uma compreensão integral do processo produtivo. (...)
(3) A educação tem de assegurar o desenvolvimento integral da personalidade. Com a reaproximação da ciência e da produção, o ser humano pode tornar-se um produtor no sentido mais completo. Assim sendo, suas potencialidades podem ser reveladas e desenvolver-se. (...)
(4) À comunidade é atribuído um novo e considerável papel no processo educacional, que transforma as relações entre os grupos dentro da escola (que evolui da competição para a cooperação e o apoio mútuo) e implica uma relação mais aberta entre a escola e a sociedade, pressupondo uma relação biunívoca e mutuamente enriquecedora entre professor e aluno.
(BOTTOMORE, 1988b, p. 122)

Bottomore enfatiza o papel socializador e igualitário das instituições educacionais marxistas defendidas, sobretudo, por dois teóricos da pedagogia socialista, discutidos e debatidos durante as aulas e seminários da disciplina Teorias em Pedagogia, durante as quais foram estudados e pesquisados onze teóricos da educação, durante o 1º. Semestre de 2010, destacando que as experiências educacionais revolucionárias de mais êxito foram as realizadas em instituições, desde as experiências de Pistrak e Makarenko até as experiências cubanas (BOTTOMORE, 1988b, p. 122).

Entretanto, o autor ressalta que, apesar da coerência teórica dos princípios da teoria marxista da educação, revelou-nos que:

Sua aplicação prática (como mostram as experiências de vida breve, ou as experiências que tiveram um êxito apenas parcial) apresenta problemas, particularmente nas atuais condições de rápidas transformações científicas e tecnológicas. (BOTTOMORE, 1988b, p. 122).

O autor esclarece ainda que a teoria marxista da educação não é fechada em seus pressupostos, havendo varias correntes teóricas de interpretação de seus princípios e de sua práxis a eles relacionada. Dentre os principais debates teóricos entre os próprios marxistas e dos marxistas com os não marxistas, Bottomore destaca as discussões:

Sobre a teoria da personalidade (...) a controvérsia “natureza/cultura”, a discussão sobre o papel da escola e da educação na reprodução social e sobre o potencial inovador da escola e da educação face às determinações sociais mais gerais bem como sobre a importância relativa dos conteúdos, dos métodos, e da estruturação da educação como instrumento da transformação social. (BOTTOMORE, 1988b, p. 122).

Dentre os principais autores e teóricos da educação marxista, citados na Bibliografia do verbete Educação destaca-se o educador brasileiro Paulo Freire, teórico enfocado neste Blog, bem como a mais conhecida de suas obras, citada no referido Dicionário – Pedagogia do Oprimido.

Conclusões e considerações finais

O autor defende uma abordagem da teoria a partir da ação, ou seja, a unidade da teoria e prática na “práxis”, citando como exemplo a famosa frase de Lênin de que só uma teoria revolucionária cria uma ação revolucionária. (Charge apud PEREIRA, 1988a, p. 81)

Os teóricos e educadores Paulo Freire, Anton Makarenko e Moisey Pistrak em suas trajetórias e cada um em uma determinada sociedade e em diferentes momentos históricos estabeleceram uma relação dialógica entre a teoria e a práxis pedagógica.

Referências Bibliográficas

BOTTOMORE, Tom. Dicionário do Pensamento Marxista. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1988, p. 122; 373-381.
FREIRE, Paulo. Que fazer? Teoria e Prática em Educação Popular. Petrópolis, Vozes, 1989.
PEREIRA, Otaviano. O que é Teoria? 6ª. ed. São Paulo, Brasiliense, 1988, Coleção Primeiros Passos, v. 59.

Paulo Freire: Um ícone da Educação

Paulo Freire nasceu em 19 de setembro de 1921 em Recife. Sua família fazia parte da classe média, mas Freire vivenciou a pobreza e a fome na infância durante a depressão de 1929, uma experiência que o levaria a se preocupar com os mais pobres e o ajudaria a construir seu revolucionário método de alfabetização. Por seu empenho em ensinar os mais pobres, Paulo Freire tornou-se uma inspiração para gerações de professores, especialmente na América Latina e na África. Pelo mesmo motivo, sofreu a perseguição do regime militar no Brasil (1964-1985), sendo preso e forçado ao exílio.

O educador procurou fazer uma síntese de algumas correntes do pensamento filosófico de sua época, como o existencialismo cristão, a fenomenologia, a dialética hegeliana e o materialismo histórico. Essa visão foi aliada ao talento como escritor que o ajudou a conquistar um amplo público de pedagogos, cientistas sociais, teólogos e militantes políticos, quase sempre ligados a partidos de esquerda.

A partir de suas primeiras experiências no Rio Grande do Norte, em 1963, quando ensinou 300 adultos a ler e a escrever em 45 dias, Paulo Freire desenvolveu um método inovador de alfabetização, adotado primeiramente em Pernambuco. Seu projeto educacional estava vinculado ao nacionalismo desenvolvimentista do governo João Goulart.

Primeiros trabalhos

Freire entrou para a Universidade do Recife em 1943, para cursar a Faculdade de Direito, mas também se dedicou aos estudos de filosofia da linguagem. Apesar disso, nunca exerceu a profissão, e preferiu trabalhar como professor numa escola de segundo grau lecionando língua portuguesa. Em 1944, casou com Elza Maia Costa de Oliveira, uma colega de trabalho.

Em 1946, Freire foi indicado ao cargo de diretor do Departamento de Educação e Cultura do Serviço Social no Estado de Pernambuco, onde iniciou o trabalho com analfabetos pobres. Também nessa época aproximou-se do movimento da Teologia da Libertação.

Em 1961 tornou-se diretor do Departamento de Extensões Culturais da Universidade do Recife e, em 1962, realizou junto com sua equipe as primeiras experiências de alfabetização popular que levariam à constituição do Método Paulo Freire. Seu grupo foi responsável pela alfabetização de 300 cortadores de cana em apenas 45 dias. Em resposta aos eficazes resultados, o governo brasileiro (que, sob o presidente João Goulart, empenhava-se na realização das reformas de base) aprovou a multiplicação dessas primeiras experiências num Plano Nacional de Alfabetização, que previa a formação de educadores em massa e a rápida implantação de 20 mil núcleos (os "círculos de cultura") pelo País.

Em 1964, meses depois de iniciada a implantação do Plano, o golpe militar extinguiu esse esforço. Freire foi encarcerado como traidor por 70 dias. Em seguida passou por um breve exílio na Bolívia e trabalhou no Chile por cinco anos para o Movimento de Reforma Agrária da Democracia Cristã e para a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação. Em 1967, durante o exílio chileno, publicou no Brasil seu primeiro livro, Educação como Prática da Liberdade, baseado fundamentalmente na tese Educação e Atualidade Brasileira, com a qual concorrera, em 1959, à cadeira de História e Filosofia da Educação na Escola de Belas Artes da Universidade do Recife.

O livro foi bem recebido, e Freire foi convidado para ser professor visitante da Universidade de Harvard em 1969. No ano anterior, ele havia concluído a redação de seu mais famoso livro, Pedagogia do Oprimido, que foi publicado em várias línguas como o espanhol, o inglês (em 1970) e até o hebraico (em 1981). Em razão da rixa política entre a ditadura militar e o socialismo cristão de Paulo Freire, ele não foi publicado no Brasil até 1974, quando o general Geisel assumiu a presidência do país e iniciou o processo de abertura política.

Depois de um ano em Cambridge, Freire mudou-se para Genebra, na Suíça, trabalhando como consultor educacional do Conselho Mundial de Igrejas. Durante esse tempo, atuou como consultor em reforma educacional em colônias portuguesas na África, particularmente na Guiné-Bissau e em Moçambique.

Com a Anistia em 1979 Freire pôde retornar ao Brasil, mas só o fez em 1980. Filiou-se ao Partido dos Trabalhadores na cidade de São Paulo, e atuou como supervisor para o programa do partido para alfabetização de adultos de 1980 até 1986. Quando o PT venceu as eleições municipais paulistanas de 1988, iniciando-se a gestão de Luiza Erundina (1989-1993), Freire foi nomeado secretário de Educação da cidade de São Paulo. Exerceu esse cargo de 1989 a 1991. Dentre as marcas de sua passagem pela secretaria municipal de Educação está a criação do MOVA - Movimento de Alfabetização, um modelo de programa público de apoio a salas comunitárias de Educação de Jovens e Adultos que até hoje é adotado por numerosas prefeituras (majoritariamente petistas ou de outras orientações de esquerda) e outras instâncias de governo.

Em 1986, sua esposa Elza morreu. Dois anos depois, em 1988, o educador casou-se com a também pernambucana Ana Maria Araújo, conhecida pelo apelido "Nita", que além de conhecida desde a infância era sua orientanda no programa de mestrado da PUC-SP.

Em 1991 foi fundado em São Paulo o Instituto Paulo Freire, para estender e elaborar as idéias de Freire. O instituto mantém até hoje os arquivos do educador, além de realizar numerosas atividades relacionadas com o legado do pensador e a atuação em temas da educação brasileira e mundial.

Freire morreu de um ataque cardíaco em 2 de maio de 1997, às 6h53, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, devido a complicações em uma operação de desobstrução de artérias.

A Justiça Federal, no Fórum Mundial de Educação Profissional de 2009, realizado em Brasília, fez o pedido de perdão post mortem à viúva e à família do educador, assumindo o pagamento de "reparação econômica”.

A Pedagogia da Libertação

Paulo Freire delineou uma Pedagogia da Libertação, intimamente relacionada com a visão marxista do Terceiro Mundo e das consideradas classes oprimidas na tentativa de elucidá-las e conscientizá-las politicamente. As suas maiores contribuições foram no campo da educação popular para a alfabetização e a conscientização política de jovens e adultos operários, chegando a influenciar em movimentos como os das Comunidades Eclesiais de Base (CEB).

No entanto, a obra de Paulo Freire não se limita a esses campos, tendo eventualmente alcance mais amplo, pelo menos para a tradição de educação marxista, que incorpora o conceito básico de que não existe educação neutra. Segundo a visão de Freire, todo ato de educação é um ato político.

Contexto histórico e econômico

Estrutura da Educação


Teoria Freiriana

A educação na visão de Paulo Freire deve realizar-se como prática da liberdade. Os caminhos da libertação só estabelecem sujeitos livres e a prática da liberdade só pode se concretizar numa pedagogia em que o oprimido tenha condições de descobrir-se e conquistar-se como sujeito de sua própria destinação histórica.
Considerando a educação como prática da liberdade, o ensinar deixa de ser uma simples transferência de “conteúdo” ao aluno passivo e, dessa forma, considera-se – e não se subestima – os saberes de experiência, o saber de senso comum, o saber popular.
Para Freire, o objetivo maior da educação é conscientizar o aluno. Isso significa, em relação às parcelas desfavorecidas da sociedade, levá-las a entender sua situação de oprimidas e agir em favor da própria libertação. Ao propor uma sala de aula que pudesse desenvolver a criticidade dos alunos, Freire condenava o ensino oferecido pela maioria das escolas (“escolas burguesas”), que ele qualificou como “educação bancária”. Nela, segundo Freire, o professor age como quem deposita conhecimento num aluno apenas receptivo, o saber é visto como uma doação dos que julgam seus detentores trata-se segundo ele, de uma escola alienante. Criticava a idéia de que ensinar é transmitir saber, pois, para ele a missão do professor era possibilitar a criação ou a produção de conhecimentos.
Segundo o pensador, o profissional de educação deve levar os alunos a conhecer conteúdos, mas não como verdade absoluta. Dizia que ninguém ensina nada a ninguém, mas as pessoas também não aprendem sozinhas. Para ele, “Os homens se educam entre si mediados pelo mundo”. Seu princípio fundamental era: o de que o aluno, alfabetizado ou não, chega à escola levando a cultura que não é melhor nem pior do que a do professor, e em sala de aula, os dois aprenderão juntos, um com o outro – e para isso é necessário que as relações sejam afetivas e democráticas, garantindo a todos a possibilidade de se expressar.
O mundo que nos rodeia é um mundo inacabado e isso implica a denúncia da realidade opressiva, da realidade injusta, inacabada e, consequentemente, a crítica transformadora, portanto, o anúncio de outra realidade. O anúncio é a necessidade de criar uma nova realidade. Essa nova realidade é a utopia do educador.
Embora o pano de fundo para Paulo Freire seja o Brasil, a sua filosofia de educação é um clamor universal em favor da esperança para todos os membros da raça humana oprimida e descriminada. Neste sentido, afirma que qualquer iniciativa de alfabetização só toma dimensão humana quando se realiza a “expulsão do opressor de dentro do oprimido”, como libertação da culpa (imposta) pelo “seu fracasso no mundo”.

O método Paulo Freire

Não é possível se falar da compreensão de educação de Paulo Freire sem nos referirmos ao seu “Método de Alfabetização”. Esse vai além da simples alfabetização. Propõe e estimula a inserção do adulto iletrado no seu contexto social e político, na sua realidade, promovendo o despertar para a cidadania plena e transformação social. É a leitura da palavra, proporcionando a leitura do mundo.

Educação / Alfabetização de Adultos
[1]

O método de alfabetização de Paulo Freire é resultado de muitos anos de trabalho e reflexões de Freire no campo da educação, sobretudo na de adultos em regiões proletárias e subproletárias, urbanas e rurais. No processo de aprendizado, o alfabetizando é estimulado a articular sílabas, formando palavras, extraídas da sua realidade, do seu cotidiano e das suas vivências. Nesse sentido, vai além das normas metodológicas e lingüísticas, na medida em que propõe aos homens e mulheres alfabetizandos que se apropriem da escrita e da palavra para se politizarem, tendo uma visão de totalidade da linguagem e do mundo. O método Paulo Freire estimula a alfabetização/educação dos adultos mediante a discussão de suas experiências de vida entre si, os participantes da mesma experiência, através de tema/palavras geradoras da realidade dos alunos, que é decodificada para a aquisição da palavra escrita e da compreensão do mundo.[2]


Estrutura do Método
[3]

1) Investigação: aluno e professor buscam, no universo vocabular do aluno e da sociedade onde ele vive, as palavras e temas centrais.
2) Tematização: codificar decodificar os temas, buscando o seu significado social, tomando assim consciência do mundo vivido.
3) Problematização: aluno e professor buscam superar uma primeira visão mágica por uma visão crítica do mundo, partindo para a transformação do contexto vivido.


Execução do Método

► Levantamento do universo vocabular dos grupos com quem se trabalhará. Essa fase se constitui num importante momento de pesquisa e conhecimento do grupo, aproximando educador e educando numa relação mais informal e, portanto mais carregada de sentimentos e emoções. É igualmente importante a anotação das palavras da linguagem dos componentes do grupo.

► Escolha das palavras selecionadas do universo vocabular pesquisado. Esta escolha deverá ser feita sob os critérios: a) da sua riqueza fonética; b) das dificuldades fonéticas, numa seqüência gradativa das menores para as maiores dificuldades; c) do teor pragmático da palavra, ou seja, na pluralidade de engajamento da palavra numa dada realidade social, cultural, política etc.

► Criação de situações existenciais típicas do grupo com quem se vai trabalhar. São situações desafiadoras, codificadas e carregadas dos elementos que serão decodificados pelo grupo com a mediação do educador. São situações locais que, discutidas, abrem perspectivas para a análise de problemas locais e regionais.

► Elaboração de fichas-roteiro que auxiliem os coordenadores de debate no seu trabalho. São fichas que deverão servir como subsídios, mas sem uma prescrição rígida a seguir.

► Elaboração de fichas para a decomposição das famílias fonéticas correspondentes aos vocábulos geradores. Formação de novas palavras através das palavras decompostas.
As escolas segundo Paulo Freire

A Educação Popular é uma educação comprometida e participativa orientada pela perspectiva de realização de todos os direitos do povo. Não é uma educação fria e imposta, pois baseia-se no saber da comunidade e incentiva o diálogo. Não é “Educação Informal” porque visa a formação de sujeitos com conhecimento e consciência cidadã e a organização do trabalho político para afirmação do sujeito. É uma estratégia de construção da participação popular para o redirecionamento da vida social. A principal característica da Educação Popular é utilizar o saber da comunidade como matéria prima para o ensino. É aprender a partir do conhecimento do sujeito e ensinar a partir de palavras e temas geradores do cotidiano dele. A Educação é vista como ato de conhecimento e transformação social, tendo um certo cunho político. O resultado da desse tipo de educação é observado quando o sujeito pode situar-se bem no contexto de interesse. A educação popular pode ser aplicada em qualquer contexto, mas as aplicações mais comuns ocorrem em assentamentos rurais, em instituições sócio-educativas, em aldeias indígenas e no ensino de jovens e adultos.

As escolas segundo Paulo Freire tem como base:

1. Multiculturalismo: a garantia do resgate e aproveitamento da cultura local ou regional no ensino escolar.

2.Transversalidade: temas como ética, meio-ambiente, saúde, orientação sexual, trabalho e consumo são incorporados nas áreas de estudos ou disciplinas das grades curriculares.

3. Interdisciplinaridade: todas as disciplinas, áreas de estudos e práticas educativas trabalhando numa direção temática.

4. Alquimia do conhecimento: o currículo pensado a partir de diferentes competências, ou seja, do cognitivo para o relacional, incluindo a parte emocional e a afetiva.

Paulo Reglus Neves Freire, destacou-se por seu trabalho na área da educação popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação da consciência. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial[1], tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica.
Em 1963, quando ensinou 300 adultos a ler e a escrever em 45 dias, Paulo Freire desenvolveu um método inovador de alfabetização, adotado primeiramente em Pernambuco. Seu projeto educacional estava vinculado ao nacionalismo desenvolvimentista do governo
João Goulart.

Paulo Freire delineou uma Pedagogia da Libertação, intimamente relacionada com a visão marxista do Terceiro Mundo e das consideradas classes oprimidas na tentativa de elucidá-las e conscientizá-las politicamente. As suas maiores contribuições foram no campo da educação popular para a alfabetização e a conscientização política de jovens e adultos operários, chegando a influenciar em movimentos como os das Comunidades Eclesiais de Base (CEB).

A pedagogia libertadora, também denominada pedagogia da libertação, faz parte dos postulados centrais de Paulo Freire, a qual é conhecida e pesquisada em diversas universidades ao redor do mundo. A Pedagogia Libertadora utiliza "temas geradores", ou seja, os alunos são alfabetizados com as palavras que usam no dia-a-dia, sempre associando o processo de alfabetização com a vida.

Paulo Freire na Atualidade - Educação de Jovens e Adultos

A concepção educacional freireana centra-se no potencial humano para a criatividade e a liberdade no interior de estruturas político-econômico-culturais opressoras. Ela aponta para a descoberta e a implementação de alternativas libertadoras na interação e transformação sociais, via processo de "conscientização".

"Conscientização" foi definida como o processo no qual as pessoas atingem uma profunda compreensão, tanto da realidade sócio-cultural que conforma suas vidas, quanto de sua capacidade para transformá-la. Ela envolve entendimento praxiológico, isto é, a compreensão da relação dialética entre ação e reflexão. Freire propõe uma abordagem praxiológica para a educação, no sentido de uma ação criticamente reflexiva e de uma reflexão crítica que seja baseada na prática. O ponto central do processo de aquisição da leitura e escrita dos educandos das classes de jovens e adultos permeia na utilização da cartilha. Desta forma, há uma contribuição para um repensar do educador que atua nas classes de EJA, fazendo-o refletir sobre a sua prática pedagógica.

Portanto, Paulo Freire dá início a trabalhos com iniciativas populares, quando decide organizar, juntamente com paróquias católicas, projetos que abrangem desde o jardim de infância até à educação de adultos, objetivando o desenvolvimento do currículo e a formação de professores. O resultado desse trabalho foi partilhado com outros grupos: técnicas como estudo em grupo, ação em grupo, mesas redondas, debates e distribuição de fichas temáticas eram praticados nesse tipo de trabalho.

Foi a partir do desenvolvimento desse projeto que se começou a falar de um sistema de técnicas educacionais, o "Sistema Paulo Freire", que podia ser aplicado em todos os graus da educação formal e da não-formal. Mais tarde, nas décadas de 70 e 80, no seu trabalho em alfabetização, um elemento do sistema foi interpretado sob a denominação "Método Paulo Freire" e "conscientização" como um passe-partout para a revolução. Por essa razão, Paulo Freire parou de usar essas expressões, enfatizando o caráter político da educação e sua necessária "reinvenção" em circunstâncias históricas diferentes.

Em 1960, Paulo Freire, trabalhando como coordenador dos projetos de educação de adultos, apóia a criação do Movimento de Cultura Popular (MCP), mas, infelizmente, militantes católicos, protestantes e comunistas interpretam suas tarefas educativas de modo diferente e criam uma cartilha de alfabetização de adultos, escolhendo uma diretriz política de abordagem. Paulo Freire foi contra essa prática, pois a mesma consistia no ensino de mensagens prontas aos analfabetos, a fim de manipulá-los.

Ele estava convencido da capacidade inata das pessoas, pois já fizera experiências nos domínios visual e auditivo enquanto elas aprendiam a ler e a escrever. Contudo, ainda assim faltava o estímulo com que Freire poderia evocar o interesse pelas palavras e sílabas em pessoas analfabetas. Faltava a "consciência" dos termos individuais. Com a criação do Movimento de Cultura Popular (MCP), Paulo Freire passou a ser um dos seus líderes mais atuantes. Como ocorria na prática dos "Projetos" do MCP, o Projeto de Educação de Adultos desdobrava-se em outros programas ou projetos de menor amplitude.

O "método" teve um irresistível sucesso em todo o Brasil. Era possível agora tornar os iletrados em alfabetizados e conscientes dos problemas nacionais. Reformistas e revolucionários de esquerda investiram em Freire, e em sua equipe, que logo se encarregou de implementar o Plano Nacional de Alfabetização (1963). Dinheiro surgia de todas as fontes e, dentre elas, destacavam-se o escritório regional da Aliança para o Progresso de Recife, os governos reformistas do Nordeste e o Governo Federal populista de João Goulart.

Há décadas que se buscam métodos e práticas adequadas ao aprendizado de jovens e adultos, como por exemplo, com Paulo Freire: “Por isso a alfabetização não pode se fazer de cima para baixo, nem de fora para dentro, como uma doação ou uma exposição, mas de dentro para fora pelo próprio analfabeto, somente ajustado pelo educador. Esta é a razão pela qual procuramos um método que fosse capaz de fazer instrumento também do educando e não só do educador e que identificasse, como claramente observou um jovem sociólogo brasileiro (Celso Beisiegel), o conteúdo da aprendizagem com o processo de aprendizagem. Por essa razão, não acreditamos nas cartilhas que pretendem fazer uma montagem de sinalização gráfica como uma doação e que reduzem o analfabeto mais à condição de objeto de alfabetização do que de sujeito da mesma”. (FREIRE, 1979, p. 72)

Com isso, notamos que desde os anos 70, ou até mesmo antes, o uso da cartilha e metodologias inadequadas na educação de jovens e adultos preocupavam os educadores da época e, infelizmente, essa problemática permeia os tempos atuais: que a educação seja o processo através do qual o indivíduo toma a história em suas próprias mãos, a fim de mudar o rumo da mesma, acreditando no educando, na sua capacidade de aprender, descobrir, criar soluções, desafiar, enfrentar, propor, escolher e assumir as consequências de sua escolha.

Hoje, como ontem, as posições de Paulo Freire com respeito à busca de novas práticas educativas ganham força e nos levam a refletir: “alfabetização é a aquisição da língua escrita, por um processo de construção do conhecimento, que se dá num contexto discursivo de interlocução e interação, através do desvelamento crítico da realidade, como uma das condições necessárias ao exercício da plena cidadania: exercer seus direitos e deveres frente à sociedade global”. (FREIRE, p. 59, 1996).

A aquisição do sistema escrito é um processo histórico. Segundo Paulo Freire (1996) “o sistema escrito é produzido historicamente pela humanidade e utilizado de acordo com interesses políticos de classe. O sistema escrito não é um valor neutro”. (p. 59).

Ainda segundo Freire (1996) “a alfabetização não pode ser reduzida a um aprendizado técnico-linguístico, como um fato acabado e neutro, ou simplesmente como uma construção pessoal intelectual. A alfabetização passa por questões de ordem lógico-intelectual, afetiva, sócio-cultural, política e técnica”. (p. 60)

Essa reflexão leva-nos a buscar novas metodologias, adequadas à realidade do educando, não seguindo a padronização da cartilha que reduz o aprendizado a símbolos pré-determinados e que não condizem com o contexto: “As cartilhas não consideram a peculiar lógica do desenvolvimento cognitivo do aluno, apoiando-se tão-somente na lógica do sistema de escrita de ensinar”. (FUCK, p. 14, 1994)

O papel do educador é mediar a aprendizagem, priorizando, nesse processo, a bagagem de conhecimentos trazida por seus alunos, ajudando-os a transpor esse conhecimento para o "conhecimento letrado". A escrita não é um produto escolar, mas sim um objeto cultural, resultado do esforço coletivo da humanidade. (FERREIRO, 2001, p. 43)


MST: Movimento dos sem terra

O Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra, utilizam uma pedagogia comparada com a pedagogia libertadora desenvolvida por Paulo Freire demonstrando as influências e contribuições freiriana para o Movimento. Freire teve como maior objetivo transformar a educação em um mecanismo de conscientização do sujeito, a favor de sua própria libertação.

A proposta de Freire é que a educação dentro da sala de aula possa desenvolver no aluno a criticidade, a consciência política e a inquietação em relação ao meio em que está inserido. Pensar o método freiriano de educação deve ter como eixo a consciência de que ensinar não é transmitir saberes, considerando que cada sujeito é portador de seus saberes. A missão do educador é possibilitar que o educando produza seu próprio conhecimento a partir da sua leitura de mundo, contudo o educador não deve abandonar sua função que é a de proporcionar ao educando um “caminho” por onde este deve seguir partindo de sua consciência própria.

O conceito de educação proposto por Paulo Freire ganha força principalmente em meio aos movimentos sociais, e será adotado como um mecanismo de libertação do sujeito e uma forma de conscientização e formação de militantes destes movimentos.

Freire discute que deve-se proporcionar ao sujeito a percepção de sua realidade, do meio em que esta inserido, reconhecendo-se como oprimido, conscientizando-se desta condição e a partir disso buscar a libertação e a mudança, sem, contudo evitar o conflito com o opressor.

Desta forma, podemos dizer que a contribuição freiriana no que tange a educação pode ser aplicada, em alguns casos, nos movimentos sociais, como o MST, que adota uma pratica educacional em que suas crianças estudam para ser Sem Terra. Este sujeito é formado de acordo com a realidade que o cerca, e consciente do seu papel dentro do movimento. Trata-se de uma Educação para liberdade, considerando que estes sujeitos estão sendo formados para a defesa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, é o método educacional adotado que ira formar estes sujeitos aptos a questionarem uma ordem instalada percebendo-a enquanto opressora, para assim liberta-se. Mesmo que inconscientemente, o Movimento Sem Terra acaba por adotar a pedagogia de Freire quanto torna sua escola um espaço próprio e individual onde os sabres de educando e educadores se juntam na construção de um movimento próprio e autônomo que se apropria da educação para fortalecer suas lutas e preparar para a liberdade.

A pedagogia que o movimento adota tem por função alem da libertação a construção de um sujeito próprio do Movimento. Tomar a luta da terra com um eixo central, torna o modelo de educação coletivo, considerando que esta luta seja de todo sujeito envolvido com o movimento, sendo assim, partimos de uma formação individual para uma construção de um sujeito a partir do que lhe é coletivo, o que condiz diretamente com a pedagogia freiriana que considera o individuo como uma criação cultural coletiva, ou seja, do meio em que atua.

A contribuição de Freire para a construção de uma escola no seio do Movimento, não está restrita somente no que tange uma identidade coletiva, mas incentiva o educando a assumir-se enquanto Sem Terra. A partir desta assunção é que surgiria o que podemos tratar de consciência de classe, a qual estará presente no processo do fazer-se Sem Terra a partir do momento que o sujeito se reconhece e assume seu papel dentro do Movimento. Este processo de reconhecimento do ser Sem Terra ocorre dentro do Movimento, e dentro da escola, a partir da educação que lhe é oferecida e da pedagogia adotada na formação deste Sem Terra. Para Caldart (2004), o sentido educativo dos Sem Terra está na experiência humana do Movimento. Esta experiência é que serve de exemplo e de força motriz para o educando Sem Terra assumi-se. A assunção do sujeito é que ira formar sua identidade.

Percebe-se desta forma que mesmo que o próprio Movimento não perceba a contribuição de Freire, mesmo sendo esta hipótese remota, a pratica educativa deste Movimento, passeia pelas teorias e modelo pedagógico deixado por Paulo Freire. Pode-se considerar que o MST, como Movimento historicamente construído faz-se portados de uma Pedagogia própria acordada com sua realidade, causas e bandeiras de luta, entretanto esta pedagogia, pode ser comparada ao legado freirano uma vez que obedece o uso da educação como uma arma contra um sistema que oprime.

Sendo assim temos uma contribuição indiscutível da Pedagogia Freiriana, para a construção de uma Pedagogia singular do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras sem Terra. Este Movimento assume seu papel na construção e formação de seus sujeitos e em defesa de suas causas, valendo-se da sua educação e de uma proposta pedagógica própria como principal mecanismo para ao fortalecimento do Movimento, sem, contudo dissociar esta pedagogia própria da contribuição do grande defensor da Educação como Libertadora, o autor Paulo Freire.

Dialogando sobre Paulo Freire[4]

Paulo Freire teve uma importante contribuição para o Estudo do Currículo, mas nos anos 80 a teoria crítico-social dos conteúdos faziam uma dura crítica a obra de Paulo Freire como:

►Ficar fechada numa cultura popular.
►Promover uma educação paralela à oficial e não valorizar devidamente a teorização, uma vez que a própria prática passaria a fornecer a referência teórica para o pensamento.

Tomaz Tadeu e Silva colocou Paulo Freire como teórico do currículo devido a idéia de Freire de Educação Bancária. Apesar de Silva vê Paulo Freire como mais um mero crítico da educação tradicional. Diz que busca superar o verbalismo, a narrativa e a dissertação vazias, típicas do currículo tradicional, mas além da crítica, diz que Paulo Freire propõe alternativas concretas da ação educativa.

De acordo com Saviani (1991, p.73,76) a educação popular pecou não apenas por ser alternativa à educação formal, mas, por circular unicamente entre a cultura popular, nega o acesso a conhecimentos socialmente mais amplo e capazes de emancipar a população de sua condição de povo oprimido. Para Saviani, os conteúdos universais são um pré-requisito e reação das classes populares às situações de opressão que vivem desde há muito tempo atrás.

Giroux é um dos autores que conseguem fazer a ponte entre o pensamento de Paulo Freire e as questões atuais do currículo.

Referências Bibliográficas

BARRETO, Vera. Paulo Freire para educadores. São Paulo: Arte & Ciência, 1998ING, Luiz Alberto. "Contribuição de Paulo Freire ao Estudo do currículo". in CENTRO PEDAGÓGICO PEDRO ARRUPE.Disponível em: http :// ww w.pe droarrupe.com.br/upload /Contribu i%C3%A 7%C3% A 3 o % 20 de % 20 Paulo %20Freire.pdf..Acesso:25/06/2010.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues (editor). O que é método Paulo Freire. São Paulo, Brasiliense, 1981.

BRITO, Nilza Bispo; FRANÇA, Jene Marcia Coelho Barros; NASCIMENTO, Priscila Brasileiro Silva; PEREIRA, Cremilda Rodrigues. MST: A Pedagogia Freiriana a favor da Formação do Sem Terra. Disponível em:
www.pedagogiaemfoco.pro.br/jovens01.html. Acesso em: 25.06.2010.

CALDART. Roseli Salete. Pedagogia do Movimento Sem Terra. Expressão Popular, São Paulo, 2004.
CAMPOS, Judas Tadeu de. Paulo Freire e as novas tendências da Educação. Revista e-curriculum, PUCSP-SP, vol.3 número 1, dezembro de 2007.

FERREIRO, Emília. Reflexões sobre alfabetização. Tradução Horácio Gonzales et al., 24. ed. Atualizada. São Paulo: Cortez, 2001.

FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Tradução de Moacir Gadotti e Lillian Lopes Martin. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.

______. A experiência do MOVA. SP/ Brasil. Ministério da Educação e Desporto. Instituto Paulo Freire; Organização de Moacir Gadotti. São Paulo, 1996.

FUCK, Irene Terezinha. Alfabetização de Adultos. Relato de uma experiência construtivista. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1994.

GALVÊAS, Elias Celso. Paulo freire e o método de alfabetização de adultos. Disponível em: Acesso em: 29/06/2010.

Projeto Memória 2005> Acesso em 29/06/2010.

ROCHA, Halline Fialho da; KARL, Helena de Azevedo; VEIGA, Marise Schmidt e GUIMARÃES, Michele. As Práticas Educativas na Educação de Jovens e Adultos. Petrópolis, 2002.

[1] Fonte: www.projetomemoria.art.br
[2] Fonte: www.projetomemoria.art.br
[3] Fonte: www.projetomemoria.art.br
[4] Fonte: BOING, Luiz Alberto. "Contribuição de Paulo Freire ao Estudo do currículo". in centro pedagógico pedro arrupe.Disponível em: http://www.pedroarrupe.com.br/upload /Contribu i%C3%A 7%C3% A 3 o %20de%20Paulo%20Freire.pdf

Biografia e principais obras


Paulo Reglus Neves Freire nasceu no dia 19 de setembro de 1921, no Recife, Pernambuco, uma das regiões mais pobres do país, onde logo cedo pôde experimentar as dificuldades de sobrevivência das classes populares. Trabalhou inicialmente no SESI (Serviço Social da Indústria) e no Serviço de Extensão Cultural da Universidade do Recife. Em 1946 ele é indicado ao cargo de diretor do Departamento de Educação e Cultura do Serviço Social no Estado de Pernambuco e começa a lecionar para analfabetos pobres.

Freire foi professor de escola e também a criador de idéias e "métodos". Sua filosofia educacional expressou-se primeiramente em 1958 na sua tese de concurso para a universidade do Recife, e, mais tarde, como professor de História e Filosofia da Educação daquela Universidade, bem como em suas primeiras experiências de alfabetização como a de Angicos em 1963, quando ensinou 300 adultos a ler e escrever em 45 dias. Esse método foi adotado em Pernambuco, um estado produtor de cana-de-açúcar, e tinha como pressuposto um trabalho de educação que identifica a alfabetização com um processo de conscientização, capacitando o oprimido tanto para a aquisição dos instrumentos de leitura e escrita quanto para a sua libertação. O trabalho de Freire com os pobres e, internacionalmente aclamado, teve início no final da década de 40 e continuou de forma ininterrupta até 1964.

A metodologia por ele desenvolvida foi muito utilizada no Brasil em campanhas de alfabetização e, por isso, ele foi acusado de subverter a ordem instituída, sendo preso após o Golpe Militar de 1964. Depois de 72 dias de reclusão, foi convencido a deixar o país. Exilou-se primeiro no Chile, onde, encontrando um clima social e político favorável ao desenvolvimento de suas teses, desenvolveu, durante 5 anos, trabalhos em programas de educação de adultos no Instituto Chileno para a Reforma Agrária (ICIRA). Em 1967 Paulo Freire publica seu primeiro livro “Educação como prática da liberdade”. Sua principal obra Pedagogia do oprimido foi escrita em 1968 o qual foi traduzido para línguas como o espanhol, o inglês e até o hebraico. Por ocasião da rixa política entre a ditadura militar e o socialista-cristão o livro não foi publicado no Brasil até 1974, quando o general Geisel tomou o controle do país e iniciou um processo de liberalização cultural.

Em 1969, trabalhou como professor na Universidade de Harvard em seu Centro para Estudos de Desenvolvimento e Mudança Social, em estreita colaboração com numerosos grupos engajados em novas experiências educacionais tanto em zonas rurais quanto urbanas. Em 1970, depois de um ano em Cambridge, Freire mudou-se para Genebra, na Suíça, para trabalhar como consultor educacional para o Conselho Mundial de Igrejas por um período de 10 anos. Durante este tempo, atuou como um consultor em reforma educacional em colônias portuguesas na África, particularmente na Guiné Bissau e em Moçambique. Com essas consultorias desenvolveu programas de alfabetização: para a Tanzânia e Guiné Bissau, que se concentravam na reafricanização de seus países; para algumas ex-colônias portuguesas pós-revolucionárias como Angola, Moçambique e as ilhas de São Tomé e Príncipe que lutavam pela reconstrução do país e de uma identidade nacional republicana.

No ano de 1971, Freire fez sua primeira visita a Zâmbia e Tanzânia. Em seguida, passou a ter uma participação mais significativa na educação de Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe. E também influenciou as experiências de Angola e Moçambique.

Em 1980, depois de 16 anos de exílio, retornou ao Brasil para "reaprender" seu país. Lecionou na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP). Freire atua como supervisor para o programa do partido para alfabetização de adultos de 1980 até 1986.

Em 1989, tornou-se Secretário de Educação no Município de São Paulo sob a prefeitura de Luíza Erundina. Durante seu mandato, fez um grande esforço na implementação de movimentos de alfabetização, de revisão curricular e empenhou-se na recuperação salarial dos professores.
No ano de 1991 é fundado o Instituto Paulo Freire, em São Paulo, para estender e elaborar suas teorias sobre educação popular.

Em Paulo Freire, conviveu sempre presente senso de humor e a não menos constante indignação contra todo tipo de injustiça. Casou-se, em 1944, com a professora primária Elza Maia Costa Oliveira, com quem teve cinco filhos. Após a morte de sua primeira esposa, casou-se com Ana Maria Araújo Freire, uma ex-aluna.

Paulo Freire é autor de muitas obras. Entre elas: Educação: prática da liberdade (1967), Pedagogia do oprimido (1968), Cartas à Guiné-Bissau (1975), Pedagogia da esperança (1992) À sombra desta mangueira (1995).

Foi reconhecido mundialmente pela sua práxis educativa através de numerosas homenagens. Além de ter seu nome adotado por muitas instituições, é cidadão honorário de várias cidades no Brasil e no exterior. A Paulo Freire foi outorgado o título de doutor Honoris Causa por vinte e sete universidades.

Por seus trabalhos na área educacional, recebeu, entre outros, os seguintes prêmios: "Prêmio Rei Balduíno para o Desenvolvimento" (Bélgica, 1980); "Prêmio UNESCO da Educação para a Paz" (1986) e "Prêmio Andres Bello" da Organização dos Estados Americanos, como Educador do Continente (1992). No dia 10 de abril de 1997, lançou seu último livro, intitulado "Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa". Paulo Freire faleceu no dia 2 de maio de 1997 em São Paulo.


Todas as Obras de Paulo Freire:

1959 – Educação e atualidade brasileira. Recife: Universidade Federal do Recife, 139p. (tese de concurso público para a cadeira de História e Filosofia da Educação de Belas Artes de Pernambuco).
1961 – A propósito de uma administração. Recife: Imprensa Universitária, 90p.
1963 – l Alfabetização e conscientização. Porto Alegre: Editora Emma.
1967 –
Educação como prática da liberdade. Introdução de Francisco C. Weffort. Rio de Janeiro: Paz e Terra, (19 ed., 1989, 150 p).
196 – Educação e conscientização: extencionismo rural. Cuernavaca (México): CIDOC/Cuaderno 25, 320 p.
1970 –
Pedagogia do oprimido. New York: Herder & Herder, 1970 (manuscrito em português de 1968). Publicado com Prefácio de Ernani Maria Fiori. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 218 p., (23 ed., 1994, 184 p.).
1971 –
Extensão ou comunicação?. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1971. 93 p.
1976 – Ação cultural para a liberdade e outros escritos. Tradução de Claudia Schilling, Buenos Aires: Tierra Nueva, 1975. Publicado também no Rio de Janeiro, Paz e terra, 149 p. (8. ed., 1987).
1977 – Cartas à Guiné-Bissau. Registros de uma experiência em processo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, (4 ed., 1984), 173 p.
1978 – Os cristãos e a libertação dos oprimidos. Lisboa: Edições BASE, 49 p.
1979 – Consciência e história: a práxis educativa de Paulo Freire (antologia). São Paulo: Loyola.
1979 – Multinacionais e trabalhadores no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 226 p.
1980 – Quatro cartas aos animadores e às animadoras culturais. República de São Tomé e Príncipe: Ministério da Educação e Desportos, São Tomé.
1980 – Conscientização: teoria e prática da libertação; uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. São Paulo: Moraes, 102 p.
1981 – Ideologia e educação: reflexões sobre a não neutralidade da educação. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
1981 – Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
1982 – A importância do ato de ler (em três artigos que se completam). Prefácio de Antonio Joaquim Severino. São Paulo: Cortez/ Autores Associados. (26. ed., 1991). 96 p. (Coleção polêmica do nosso tempo).
1982 – Sobre educação (Diálogos), Vol. 1. Rio de Janeiro: Paz e Terra ( 3 ed., 1984), 132 p. (Educação e comunicação, 9).
1982 – Educação popular. Lins (SP): Todos Irmãos. 38 p.
1983 – Cultura popular, educação popular.
1985 – Por uma pedagogia da pergunta. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 3ª Edição
1986 – Fazer escola conhecendo a vida. Papirus.
1987 – Aprendendo com a própria história. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 168 p. (Educação e Comunicação; v.19).
1988 – Na escola que fazemos: uma reflexão interdisciplinar em educação popular. Vozes.
1989 – Que fazer: teoria e prática em educação popular. Vozes.
1990 – Conversando com educadores. Montevideo (Uruguai): Roca Viva.
1990 – Alfabetização - Leitura do mundo, leitura da palavra. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
1991 – A educação na cidade. São Paulo: Cortez, 144 p.
1992 – Pedagogia da esperança: um reencontro com a Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra (3 ed. 1994), 245 p.
1993 – Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Olho d'água. (6 ed. 1995), 127 p.
1993 – Política e educação: ensaios. São Paulo: Cortez, 119 p.
1994 – Cartas a Cristina. Prefácio de Adriano S. Nogueira; notas de Ana Maria Araújo Freire. São Paulo: Paz e Terra. 334 p.
1994 – Essa escola chamada vida. São Paulo: Ática, 1985; 8ª edição.
1995 –
À sombra desta mangueira. São Paulo: Olho d'água, 120 p.
1995 – Pedagogia: diálogo e conflito. São Paulo: Editora Cortez.
1996 – Medo e ousadia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987; 5ª Edição.
1996 –
Pedagogia da Autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
2000 –
Pedagogia da indignação – cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: UNESP, 134 p.


As obras do mestre Paulo Freire disponíveis para formação de todas e todos lutadores do povoNos links abaixo, você pode fazer downloads de algumas obras do Professor Paulo Freire, no formato pdf.


Acesse:

Associação Brasileira de Educação e Cultura. Biografia de Paulo Freire. Suiça, 2008. http://www.abec.ch/Portugues/subsidios-educadores/biografias/Biografia_de_Paulo_Freire.pdf (acesso dia 26/06/2010, às 11:50)

GADOTTI, Moacir. Paulo Freire: pequena biografia. http://www.paulofreire.org/pub/Crpf/CrpfAcervo000031/Vida_Biografias_Pequena_Biografia_v1.pdf (acesso dia 26/06/2010, às 11:30h).

FREIRE, Paulo. A Importância do Ato de Ler: em três artigos que se completam. 32 ed. São Paulo: Cortez, 1996 – Coleção Questões de Nossa Época; v.13
Grupo: Cristiane de Campos, Elane Alves, Patrícia Paz, Maria da Glória e Simone

Material Didático

Método Paulo Freire

O educador se inteira daquilo que o aluno conhece, não apenas para poder avançar no ensino de conteúdos, mas principalmente para trazer a cultura do educando para dentro da sala de aula.

Exploração das questões relativas aos temas em discussão – o que permite que o aluno construa o caminho do senso comum para uma visão crítica da realidade.

O conteúdo em questão apresenta-se "dissecado", o que deve sugerir ações para superar impasses. Para Paulo Freire, esse procedimento serve ao objetivo final do ensino, que é a conscientização do aluno.

Segundo Torres, a concepção educacional de Paulo Freire é uma proposta anti-autoritária, “na qual professores e alunos ensinam e aprendem juntos. Partindo-se do princípio que educação é um ato de saber, professor-aluno e aluno-professor devem engajar-se num diálogo permanente caracterizado por seu relacionamento horizontal”.

Sugestão de Material Didático

Idade: Crianças de 4 anos.

Material utilizado: Imagens de 11 animais da África, quebra-cabeça com os nomes desses animais.

Desenvolvimento:

1) Em uma sala de aula com crianças do 1° período, um assunto que estava chamando muito o interesse dos alunos era o lugar onde estava acontecendo a Copa do Mundo/2010 e os animais originários da África. A partir daí, decidimos investigar a curiosidade dos alunos e, juntos (aluno e professor), decidiram fazer um projeto estudando os variados animais da selva africana.

2) Posteriormente, os alunos levaram uma pesquisa para casa, onde cada criança deveria trazer curiosidades sobre algum animal africano (Aqui, foram abordadas questões como extinção, consciência ambiental, etc).

3) Por fim, elaboramos um material didático para este projeto: um quebra-cabeça com os nomes dos animais. Cada criança escolhe um animal e algumas letras e tem como objetivo colocar em ordem o nome do animal.

Bibliografia utilizada:

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Esperança: Um Reencontro com a Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 18. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.

Grupo: Amanda Mendes, Ana Carolina Campos, Carolina Amaral, Lívia Henriques.

Links

http://www.paulofreire.org
https://www.paulofreirefae.blogspot.com/

Bibliografia


BOTTOMORE, Tom. Dicionário do Pensamento Marxista. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1988, p. 122; 373-381.

FREIRE, Paulo. Que fazer? Teoria e Prática em Educação Popular. Petrópolis: Vozes, 1989. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Esperança: Um Reencontro com a Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 18. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.PEREIRA, Otaviano. O que é Teoria? 6ª. ed. São Paulo: Brasiliense, 1988, Coleção Primeiros Passos, v. 59.

Curiosidades

Bibliografia sobre Paulo Freire

BARRETO, Vera. Paulo Freire para educadores. São Paulo: Arte & Ciência, 1998.
BEISIEGEL, Celso de Rui. Política e educação popular. São Paulo, Ática, 1982.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é método Paulo Freire. São Paulo, Brasiliense, 1981 (14 ed, 1988), 113 p. - (Coleção Primeiros Passos). Estudo pormenorizado da aplicabilidade do sistema Paulo Freire de alfabetização.
CABRAL, G. Paulo Freire e justiça social. Petrópolis, Vozes, 1984. Obra que ressalta, no pensamento de Freire, a questão de uma ordem social justa e fraterna.
CANAVIEIRA, Manuel (Org.). Alfabetização: caminho para a liberdade. Lisboa, Edições BASE, 1977, 86 p. Expõe e comenta o sistema Paulo Freire de alfabetização e considera-o como uma ação pedagógica conscientizadora.
CUNHA, Diana A. As utopias na educação; ensaios sobre as propostas de Paulo Freire. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1985, 79 p. (2 ed. 1989, Educação e Comunicação,v. 14).
DAMASCENO, Alberto; ARELARO, Lisete Regina Gomes; FREIRE, Paulo. Educação como ato político partidário. 2.ed., São Paulo, Cortez, 1989. 247 p.
DAMKE, Ilda Righi. O processo do conhecimento na pedagogia da libertação: as idéias de Freire, Fiori e Dussel. Petrópolis, Vozes, 1995, 165 p.
HERNÁNDEZ, Isabel. Educação e sociedade indígena; uma aplicação bilíngue do método Paulo Freire. São Paulo, Cortez, 1981, 114 p.
MANFREDI, Sílvia Maria. Política e educação popular (experiências de alfabetização no Brasil com o método Paulo Freire - 1960-1964). São Paulo, Cortez/Autores Associados, 1981, 156 p.
MONTEIRO, Agostinho dos Reis. A educação, acto político. Lisboa, Livros Horizontes, 1976.
MOURA, Manuel..O pensamento de Paulo Freire; uma revolução na educação. Lisboa, Multinova, 1978, 150 p
MONCLÚS, Antonio. Pedagogia de la contradicción: Paulo Freire. Barcelona, Anthropos, 1988.
PAIVA, Vanilda Pereira. Paulo Freire e o nacionalismo-desenvolvimentista. . Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1980, 208 p. (Coleção Educação e Transformação, v.3) (Boletim CEDOC, pg.89
POEL, Maria Salete van der. Alfabetização de adultos: sistema Paulo Freire: estudo de caso num presídio. Petrópolis, Vozes, 1981, 224 p.